O antigo vice-presidente d UNITA, Ernesto Mulato, entende que um País como Angola com uma crise social sem precedentes, seria um “desastre”, receber imigrantes de várias nacionalidade caso haja conversações com o Reino Unido.

JORNAL FAX: PEDRO VICENTE

Informações do jornal The Times dizem que o Executivo de Rishi Sunak (primeiro ministro) está a manter conversações para estabelecer, como Angola e Cabo Verde, para receber imigrantes de várias nacionalidades provenientes do Reino Unido.

“Aqui coloca-se a questão de, se você não consegue organizar devidamente a tua casa com teus filhos, vais receber outras sensibilidades, para aumentar no sofrimento do seu povo, não tem interesse.”, disse a este jornal, Ernesto Mulato.

De acordo com ex-deputado à Assembleia Nacional, Ruanda e Cabo Verde, estão num outro nível de organização.

 Em termos de democracia, acrescentou o político- “Cabo Verde está muitíssimo avançado do que Ruanda”.

“Se acontecer, então, o nosso bravo povo, entrará na história da África como o mais pateta. Há países em África com melhores condições por enquanto do que Angola, porque não ali ? Não será que seus dirigentes não aceitaram”, interrogou-se.

Para Ernesto Mulato “mesmo se derem bilhões para entrar imigrantes, não vão resolver nenhum dos problemas, da própria Angola e dos imigrantes, pelo contrário virá sim, agravar a situação já péssima”.

“O que estará por detrás desta estratégia, se for verdade, só o Executivo e o MPLA saberão”, acrescentou salientando que 

Angola, em termos de governação, com serviços a funcionar com rigor está-se muito aquém.

“Há, um descontrolo  que até mete medo, se o que os dirigentes dizem é o que acreditam, senão vejamos, num País com órgãos de segurança, um grupo de cidadãos podem atacar uma coluna de viaturas para não dizer de deputados, e com polícias nas imagens,  e depois dizer que não tem nada a ver com quem governa o País?. Perdeu-se o controlo da situação e  as populações podem fazer o que entenderem?”, questionou. 

Segundo Ernesto Mulato, “a situação social está difícil e há um grande desespero nas famílias e as políticas públicas não estão a ter impacto desejado, mesmo com todo o esforço do governo”.

“Todo o desenvolvimento tem de ter o concurso dos seus cidadãos, os cidadãos têm de estar em sintonias com o seu governo para apoiarem  e consentirem este ou aquele sacrifício, mas o comportamento das autoridades não concorre para esse desiderato”, referiu.

Na sua opinião, sente-se mais arrogância das autoridades e com este comportamento, o cidadão não coopera e almeja outras hipóteses de dias melhores.

“Quando os jogadores estão insatisfeitos com o seu treinador, por melhor que sejam, vão começar a ter derrotas até que ele, o treinador,  saia e , um novo sangue entra e depois , notar-se-á que com os mesmos craques, o milagre da equipa começa a surgir com victórias , parece anedota, mas é a realidade”, concluiu.

Refira-se que no Reino Unido, a Câmara dos Comuns votou nesta segunda-feira, 15, o controverso projecto de Lei do Governo que permite enviar migrantes de outros países para o Ruanda.

Entretanto, o jornal The Times diz que o Executivo de Rishi Sunak está também a manter conversações com outros governos visando estabelecer acordos semelhantes, como Angola e Cabo Verde.

Os documentos internos do Governo mostram que a Costa Rica, a Costa do Marfim e a Arménia foram consideradas opções para esquemas semelhantes, se os tribunais continuarem a impedir o envio dos migrantes para o Ruanda.

Aquele jornal diz que Angola e Cabo Verde também integram uma lista de países que o Governo britânico admite abordar em que também se encontra Botsuana, Senegal, Tanzânia, Togo e Serra Leoa.

Os governos dos Marrocos, Tunísia, Namíbia e a Gâmbia terão rejeitado explicitamente negociações sobre esta matéria, de acordo com a mesma fonte, que não avança se, por exemplo, Luanda e Praia terão sido contactadas.

Não houve ainda qualquer reacção dos governos do Reino Unido, Angola e Cabo Verde.

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