O clima de insatisfação mantêm-se no seio da UNITA, onde simpatizantes, militantes e alguns membros da Comissão Política Permanente, não percebem as razões que levam à direcção da campanha eleitoral do partido, não divulgar o relatório de angariação de fundos adquiridos, tendo em vista a realização das eleições gerais de 2022.

ANA MENDES

Em Outubro de 2022, o director da campanha, Paulo Lukamba Gato, que não tinha anunciado os valores angariados a nível nacional e no estrangeiro, prometeu que em menos de um mês, a comissão divulgaria o relatório de fundos arrecadados.

“Por uma questão de transparência, o relatório já deveria ser divulgado, porque já passou um ano e cinco meses desde a realização das eleições em Angola”, disse um membro da Comissão Política Permanente.

Para este membro, a não divulgação deste relatório, aumenta a especulação de desvio de fundos que os militantes, simpatizantes, amigos, sociedade civil e membros, contribuíram para que a campanha eleitoral da UNITA, fosse um sucesso.

“Na altura da angariação, fomos informados de que toda a gente tomariam o conhecimento dos resultados da campanha, depois das eleições”, referiu um outro membro da UNITA, exigindo que a direcção do partido, deve “urgentemente”, divulgar este relatório.

A preocupação dos militantes e membros surge na sequência de críticas feitas por opositores da UNITA e a sociedade, alegando que, sendo o principal partido da oposição um defensor da transparência, já deveria ter divulgado o relatório.

Refira-se que o líder da UNITA, Adalberto Costa Júnior, lançou uma campanha de angariação de fundos, em conjunto com o presidente do Bloco Democrático, Filomeno Vieira Lopes, e o coordenador do projecto político PRA-JA Servir Angola, Abel Chivukuvuku, que integram uma plataforma para a alternância política.

Na altura, o líder da UNITA considerou que era insuficiente a verba atribuída por lei pelo Governo aos partidos políticos concorrentes para a realização da campanha eleitoral.

O MPLA venceu as eleições gerais de 24 de Agosto, em Angola com 51,17% dos votos contra 43,95% da UNITA. A UNITA obteve 2.756.786 votos e conquistou 90 lugares no Parlamento. O terceiro partido mais votado foi o PRS com 71.351 votos que, lhe dá direito a dois deputados.

A FNLA e o PHA são os outros dois partidos que também conseguiram eleger dois deputados cada. A CASA-CE, APN e P-JANGO não elegeram qualquer deputado.

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