Os negócios de acórdãos e sentenças transformaram o juiz conselheiro jubilado Joel Leonardo e uma casta de magistrados — entre eles Raul Rodrigues, Domingos Ngunza, Modesto Kavukila, Anabela Valente e Neto Costa — em alguns dos mais ricos do país, graças a esquemas de corrupção em processos-crime decididos contra a lógica da jurisprudência.

O Supremo Tribunal, que deveria ser o pilar da justiça, foi convertido numa agência de tráfico de influência e corrupção, desacreditando Angola tanto interna como externamente. Criou-se uma rede organizada de intermediações com um único objetivo: vantagens financeiras pessoais.

Um dos casos mais emblemáticos foi o processo contra os generais Kopelipa e Dino, que quase abalou os alicerces da corte suprema. Nesse episódio, os juízes conselheiros Anabela Valente e Modesto Kavukila assumiram o papel de meros peões numa estratégia onde políticos influentes tiveram também a sua mão.

O Presidente da República agiu com firmeza ao iniciar o desmantelamento dessa rede que operava com motivações políticas e interesses privados. Contudo, é lamentável que a estratégia de combate à corrupção tenha sido deturpada dentro da própria justiça, conduzindo a uma crise sem precedentes.

Hoje, não restam dúvidas de que o setor da justiça em Angola enfrenta um problema grave e estrutural. Sem justiça independente, não pode haver democracia, e com uma justiça corrupta não há desenvolvimento. O descrédito da magistratura compromete não só o futuro interno, mas também a imagem internacional do país.

Casos continuam a ser denunciados à luz do dia, revelando como figuras como Tiago Kavukila e Salumbongo ajudaram a minar a justiça, deixando uma mancha indelével numa instituição que deveria ser imaculada. A teia de relações promíscuas que envolve tribunais de comarca, de relação e até a Suprema Corte precisa de vigilância permanente.

 O maior risco que Angola enfrenta hoje é o déficit de justiça. Não se pode permitir que o país sucumba nas mãos de magistrados despreparados, que olham apenas para interesses pessoais e não para o bem coletivo. A justiça angolana sangra, e essa hemorragia institucional ameaça valores sagrados, empurrando os cidadãos para a justiça pelas próprias mãos.

O sistema judicial faliu, capturado por práticas enraizadas de corrupção herdadas do passado. Chegou a hora de exigir responsabilização exemplar: magistrados corruptos não podem ser apenas jubilados, devem ser afastados de forma definitiva do exercício da justiça, a bem da pátria.

Que Deus ilumine e abençoe Angola, para que a justiça volte a ser pilar da democracia e motor do desenvolvimento.

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