A situação inspira cuidados na Rádio Despertar, onde os jornalistas e funcionários administrativos vivem um autêntico inferno laboral, com a direcção da UNITA num silêncio absoluto.

O director da Rádio Despertar, Horácio dos Reis, é apontado pelos profissionais como “um verdadeiro” carrasco violando os direitos dos seus colegas.

 Horácio dos Reis, o intocável (protegido pelo presidente da UNITA, segundo ele próprio), é acusado de ser arrogante e não aceita opinião dos colegas.

“É urgente a direcção da UNITA tomar algumas medidas para se por o cobro desta situação. Não fica nada bem quando profissionais passam três ou quatro meses sem receberem os seus subsídios, com as famílias que tem de suportar”, lamentou um membro da Comissão Política da UNITA.  

“Horácio dos Reis (amigo do presidente), diz sempre que podem ir se queixar onde quiserem ninguém fará nada. Quem estiver descontente, pode escrever e sair”, diz um jornalista da rádio.

Os jornalistas da Rádio Despertar ganham entre 40, 50 a 60 mil Kwanzas por mês.

Os trabalhadores acusam Horácio dos Reis de ignorar as necessidades básicas dos funcionários, incluindo o tão necessário subsídio de transporte, que foi eliminado, dificultando ainda mais a chegada dos profissionais à redacção.

Para além dos baixos salários, que rondam os 40 mil kwanzas para repórteres, 60 mil para locutores, 90 a 100 mil para os editores e 25 a 30 mil para os profissionais de limpeza, os jornalistas sofrem com a imposição de faltas injustas.

 De um tempo a esta parte, muitos dos seus profissionais têm abandonado a rádio, alegadamente por falta de bons salários e condições de trabalho.

Um membro influente da UNITA diz que só existe uma maneira para inverter este quadro: pagar bem os funcionários e criar outros incentivos.

“É urgente a criação vário incentivos financeiros, editoriais e outros para que os profissionais tendem a ficar connosco”, disse.

Este membro diz que apesar da legislação existente a sua rádio é tratada como enteada pelas instituições do Estado.

“Nunca recebemos nada do Estado, contrariamente a outros órgãos privados, se calhar pelo facto de termos resultado de um acordo político de então e da conotação a um partido político”.

Uma fonte próxima ao director da rádio Horácio dos Reis, negou maltrato aos colegas, mais admitiu que a situação financeira não é boa para dignificar os jornalistas.

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