O Bloco Democrático (BD) reiterou a posição do coordenador geral do PRA-JA Servir Angola, Abel Chivukuvuku, que defende que a Frente Patriótica Unida (FPU) passe a ser uma coligação formal, tendo em vista as eleições de 2027. A UNITA disse recentemente que mantinha “a determinação da manutenção e do alargamento da FPU com os actuais e futuros parceiros em prol da alternância política que Angola clama.
“Todos nós sabemos que a FPU é para continuar e isso não pressupõe manter o figurino anterior, pelo que reformular é a melhor solução, na medida em que o caminho para a alternância está feito”, disse esta segunda-feira, ao Novo Jornal, o secretário-geral do Bloco Democrático, Muata Sebastião.
De acordo com o político, a reformulação da FPU trará valor acrescentado e será determinante para os ganhos que pretendem.
“Não podemos almejar novos resultados aplicando a mesma fórmula”, disse o político, frisando que, caso a FPU não se transforme em coligação, o BD já tem condições criadas para concorrer “isoladamente”, nas próximas eleições de 2027, sob pena de ser extinto da política angolana.
“O BD deverá obrigatoriamente concorrer. Somos um partido com vocação do poder e vamos vincar este propósito em 2027, para provar aos angolanos a importância que temos para a vida dos angolanos”, referiu.
“A alínea (b) do número 4 do artigo 33.° da Lei dos Partidos Políticos diz que “o partido que não participar, por duas vezes consecutivas, isoladamente ou em coligação, em qualquer eleição legislativa ou autárquica, será alvo de extinção”. Nós estamos atentos a este detalhe”, acrescentou Muata Sebastião.
Para o ano de 2025, de acordo com o secretário-geral, o BD continuará a ser um partido coerente com os seus princípios e valores e um dos desafios é a continuidade pelo alargamento das suas bases, inserção juntos das comunidades e expansão da sua visão sobre o País.
“Temos como divisa fazer de Angola uma potência de dimensão atlântica para enriquecer os angolanos”, referiu, sublinhando que este elemento é para eles inegociável, tendo como principal desafio a defesa dos interesses nobres da angolanidade.
“É a nossa luta, colocar o cidadão no centro, pois entendemos que não é possível qualquer aspiração política se o cidadão não for o centro da luta política”, disse o político, anunciado para este ano a realização do congresso ordinário do partido.
“O Conselho Nacional, órgão deliberativo do BD, vai reunir-se nos dias 24 e 25 deste mês, na cidade de Luanda, para entre outros assuntos encontrar a data para a realização do congresso”, anunciou.
Muata Sebastião lamentou que a acção política em Angola seja feita “num contexto de ditadura”, com o partido no poder e o seu Executivo “a criar enormes constrangimentos para consolidação da democracia”.
“Hoje, pessoas ligadas aos partidos políticos da oposição são impedidas de ocupar cargos de relevo no aparelho do Estado e órgãos públicos controlados pelo Governo. Uma série de irregularidades que comprometem o exercício da democracia em Angola”, concluiu.
Refira-se que o BD surgiu na sequência da extinção da Frente para a Democracia (FpD) ditada pela não realização dos mínimos requeridos por Lei de 0.5% nas eleições de 2008. NJ