A utilização “abusiva” dos autocarros da TCUL nas actividades do MPLA está travar a privatização da empresa de Transportes Colectivos e Urbanos de Luanda, que continua na agenda do Estado, mas com a necessidade de se concluir o processo de saneamento económico-financeiro, e também da reestruturação ainda em curso.
A empresa pública Transportes Colectivos Urbanos de Luanda (TCUL) que está inscrita no Programa de Privatização e Participação em Activos (Propriv), para passar à esfera privada, o processo não tem êxitos face a interferência política do partido no poder.
“Todos os finai-de-semana os autocarros estão ao serviço das actividades do MPLA. Isso está a travar a privatização da empresa”, disse a este jornal, uma fonte ligada a direcção da empresa.
A TCUL mesmo ter registado avanços “significativos” na redução da dívida para com os credores, um passo que prepara a empresa para a privatização, o processo continua num impasse.
Uma fonte disse que a empresa continua a trabalhar na sua reestruturação, que dita o saneamento económica e financeiro que deve ser realizado, para que haja condições da sua privatização no futuro.
“O Estado gasta muito dinheiro com a empresa. Recentemente foi adquirida uma frota de autocarros de marca Volvo e muitos meios já estão inoperantes. A fronta Youtong da China quase que despareceu. A empresa na mão de um privado, seria mais rentável”, disse o economista Paulo Santos Cabral de Amaral.
Uma fonte da empresa confidenciou que actualmente, há um “saque” sem precedente do dinheiro da empresa.
“Por exemplo, os autocarros que fazem a via Muxima Luanda, cobram 1.000.00 Kwanzas cada pessoa, mas só entra nos cofres do estado 150.00, o resto fica no bolso dos chefes”, denunciou a fonte frisando que, os autocarros que prestam serviços nas empresas, os valores raramente entram nos cofres do estado.
Segundo dados da empresa, até neste momento, a TCUL conta com 584 autocarros públicos em funcionamento.
Para a província de Luanda são necessários, pelo menos, 1. 800 autocarros para atender o movimento diário de pessoas e bens.