O instrutor processual do Serviço de Investigação Criminal (SIC) Luanda, João de Jesus, está a ser acusado ignorar às denúncias sobre o roubo de uma motorizada, nova, no parque privado de um estabelecimento comercial no distrito urbano do Sambizanga em Luanda e de mandar o proprietário resolver da sua maneira caso quiser ter o artigo de volta, denunciou o proprietário.

O vídeo em posse do Jornal Hora H filmado pelas câmaras de segurança do local, mostra o momento em que o marginal entrou no parque denominado Avaná, dirigiu-se à moto e com a ajuda de um objecto, batia fortemente para destrancar o meio.

Tendo êxito, o marginal saiu do estabelecimento empurrando a motorizada sem que fosse, em algum momento, interpelado por alguém.

O proprietário acusa o segurança do estabelecimento, identificado por Daniel Simão Barroso, a quem ele paga diariamente duzentos kwanzas para estacionar o meio, de ser o mandatário do roubo, uma vez que a moto foi roubada às 6 horas da manhã

“Eu comprei a moto e só usei durante uma semana, e estacionei lá até conseguir a documentação completa, só que a minha moto roubaram e o segurança diz que desconhece quem fez isso, como se não bastasse tinham lá outras motos, mas só levaram a minha”, lamentou o jovem desesperado.

Como forma de resolver a situação por vias legais, Paulo conta que dirigiu-se a 9.ª esquadra da polícia no município, onde não teve sucesso.

Seguidamente, dirigiu-se ao SIC Luanda onde fez a participação e recebeu o número do processo de modo a seguir os trâmites processuais.

De acordo com Paulo Bernardo, por duas vezes, foi notificado o segurança que apareceu apenas na segunda chamada, onde foi dado por inocente, segundo informações do instrutor do processo João de Jesus

“O instrutor do processo me disse que não podem fazer nada porque o segurança é inocente e que eu não tenho provas suficiente contra ele, de lá para cá, já se passaram 6 meses e a situação continua na mesma, e ainda me disse que caso eu queira ter a minha moto de volta, eu devo resolver da minha maneira porque eles não têm competência de mandar pagar o meu artigo”, disse ao Jornal Hora H

O denunciante contou ainda que, o segurança tem a protecção de um agente da Polícia Nacional da 9.ª e diz que pode se queixar aonde quiser que nada lhe vai acontecer, sobretudo por ser uma pessoa com deficiência física.

“Ele mostrou-me um número no telemóvel dele e disse que é o padrinho dele que trabalha na 9.ª esquadra e o padrinho lhe disse que se eu continuar a lhe complicar para lhe informar para me deterem. Este mesmo segurança tem me feito ameaças e mandou um grupo de indivíduos na minha casa que me agrediram, por esta razão, tive que abandonar a casa onde vivia”, contou.

Actualmente, o jovem que vive com a mulher, filho e dois-irmãos, vende máscara facial para sustentar a família e vive numa “bate-chapa” sem as mínimas condições de habitabilidade.

“Perdemos a nossa mãe no princípio deste ano, se eu não vender máscara de cada 50kz não consigo comprar algo para minha casa, com aquele artigo eu ajudava a minha família, se tem alguém de direito que me ajude, eu juntei o dinheiro por dois anos quando trabalhava numa empresa como ajudante de pedreira, não tenho mais o que fazer, só usei a moto por uma semana”, lamentou o jovem.

Ao denunciante, o proprietário do parque, identificado por Álvaro, sugeriu que apertasse mesmo o segurança por considerar não ser possível o gatuno entrar no estabelecimento sem o conhecimento do mesmo em plena manhã.

Ao Jornal Hora H, Álvaro negou ser o responsável do estabelecimento comercial, porém disse que o caso já está com as autoridades a darem o devido tratamento.

O Jornal Hora H, contactou igualmente o instrutor do processo, João de Jesus, este negou as acusações e informou que o processo está em fase de instrução preparatória e que não pode adiantar mais dados sobre o assunto.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Você não pode copiar o conteúdo desta página