Secretário Provincial da UNITA na Huíla, Augusto Samuel, acusa o MPLA de estar a instrumentalizar as autoridades tradicionais que participam das actividades dos partidos na oposição.

De acordo com o político, o partido que governa Angola desde 1975, está instrumentalizar as autoridades tradicionais com ameaças de cortes dos seus subsídios, caso de simpatizarem com a UNITA. “O MPLA interfere gravemente no funcionamento do poder tradicional e no exercício da cidadania”, enfatizou.

Após ter feito uma visita de constatação a alguns municípios da província da Huíla, o dirigente político recebeu informações na comuna do Km 50, no município do Cuvango, dando conta que as autoridades tradicionais têm sido ameaça das sempre participam em actividades políticas da oposição. “Estão a ser perseguidos permanentemente” transmitiu.

Augusto Samuel foi informado que para além de perseguição, outros sobas são destituídos do cargo, o que, segundo o secretário provincial do partido Galo Negro, é uma situação que viola o princípio da linhagem que norteia o funcionamento da instituição do poder tradicional.

O político ressaltou que a democracia requer conviver pacificamente na diferença, respeitar os direitos e liberdades dos outros, o Iivre pensamento, respeitar as normas instituídas de igual promessas eleitorais.

Em sua opiniăo, os detentores do poder político mostram-se descontentes quando são chamados para abordar assuntos sobre democracia.

Manifestou-se também preocupado com a situação difícil que o povo angolano enfrenta nos últimos anos, particularmente os huilanos, devido à fome extrema que assola a população assim como pelos elevados preços dos produtos alimentares, o emprego que é entregue somente a um  grupo de pessoas que comungam com os ideais do partido no poder menosprezando aqueles que não se revêem no MPLA.

Augusto Samuel recordou as promessas feitas pelo Executivo, anteriormente, de baixar os preços dos produtos da cesta básica, mas que nunca foram cumpridas por falta de interesse, deixando muitas pessoas a recorrer ao lixo para se alimentarem.

O também deputado pelo círculo provincial da UNITA na Huíla, disse que a população questiona o crime que terá cometido para sofrer deste jeito.

Augusto Samuel enfatizou que o Executivo falhou na sua estratégia de governação, porque, afinal, o seu foco não é a vida das pessoas, mas sim a manutenção do poder político a todo custo.

A UNITA é contra a criação de mais municípios, da divisão político administrativa, centralização do poder explicando que esta decisão nada muda na vida dos angolanos. “Não basta a má governação exercida durante os 49 anos?”, questionou, apontando que a única forma que vai trazer desenvolvimento às comunidades é simplesmente combater as assimetrias regionais, a descentralização do poder local, porque o equilíbrio no desenvolvimento do território são as autarquias locais.

“E assim que está definido na Constituição da República de Angola; elas permitem a inclusão e participação de todos na gestão dos assuntos a nível do país, promovendo dessa forma uma governação transparente, evitando os desvios de fundos que se verificam actualmente”, referiu.

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