Joel Leonardo, pela última vez, na próxima segunda-feira, dirigirá o plenário do Tribunal Supremo sob apupos pela forma atípica como conduziu esta instituição: por meio de atos de nepotismo, corrupção ativa e formação de uma rede de negociação de sentenças e acórdãos. Essa rede tinha como testas de ferro os advogados Salumbongo e Maria de Lourdes Nascimento, cidadã brasileira que caiu nas graças dos escritórios de confiança do ex-Presidente.
Joel Leonardo sai do tribunal de forma igual ou pior que o seu padrinho da corrupção, Rui Ferreira, e o grupo que o apoiou, tal como Mário Pinto de Andrade e João Damião, com os quais mantém negócios em comum na imobiliária de espaços onde funcionam os tribunais de Comarca.
Por estes factos, não deixará saudades entre os seus pares, muitos dos quais perseguiu impiedosamente, sendo inclusive apontado como o maior responsável pela morte do Conselheiro Agostinho Santos.
Conhecido como um Presidente que sempre misturou, na sua gestão, kimbanda e modernismo, geriu o Tribunal não como um homem de lei — de que pouco entendia —, mas com laivos de arrogância e ignorância, chegando ao ponto de imputar aos cofres do Estado preços milionários de fechaduras e dos arrombamentos das mesmas, além da adjudicação de serviços a empresas-fantasma das suas concubinas e primos.
Tinha como apanágio a promoção da mediocridade e, por esta razão, deixa atrás de si problemas sérios nos tribunais, vogais do CSMJ todos com mandatos expirados, negociadores de escritórios de advogados e outros males.
Excessivamente corrupto a todos os níveis e graus, envolveu-se com os marimbondos, sonegando processos-crime que causaram danos ao Estado angolano de milhares de milhões, dos quais recebeu vantagens em bens imobiliários.
Joel Leonardo, ao despedir-se no plenário da próxima segunda-feira, estará muito próximo do passo seguinte: a cadeia, pelos crimes de lesa-pátria cometidos, devendo por isso enfrentar um isolamento jamais visto.
Homem habituado a circular com uma escolta de mais de vinte homens e ambulâncias, dificilmente se imaginará como conviverá sem estas mordomias em Caconda.
O Presidente da República, ao anuir o pedido de Joel Leonardo, protegeu a nação de um vendaval que assolava a justiça, onde as promoções não obedeciam a qualquer critério, sendo apenas fruto da corrupção. Nesse sentido, o PR andou bem, havendo apenas agora a preocupação de ainda salvar alguma coisa. Esperemos que não seja tarde!
Joel Leonardo enfrentará pessoalmente a guerra da hipertensão, consequência dos males que praticou contra a nação, e apenas será recordado, com saudades, pelos membros da sua gangue que deixa no Tribunal Supremo — um grupo de extorsão composto por conselheiros como Gunza, Cavuquila, Modesto e outros que, a seu tempo, a história se encarregará de julgar.
Há muito que se sabia que o desfecho de Joel Leonardo só poderia ser este: uma queda de paraquedas cujo dispositivo não abriria, levando-o a cair desgovernado, sem apelo nem agravo.
Não há mal que dure para sempre!
Todos os que acreditam em Deus sabiam que o dia do juízo final chegaria e que, do alto do Monte Sião, surgiria um sinal de salvação para a justiça deste país. Como tal, resta a este falso cidadão apenas o consolo da sua gangue de rapina do erário público.
No entanto, Joel Leonardo, ao deixar os seus discípulos na justiça, da base ao topo, poderá estar convencido de que continuará a comandar a gangue de malfeitores que permanecerá no ativo. Mas, que se desengane!
É urgente começar a desmantelar esta rede mafiosa, desmascarando-os um a um e levando-os à justiça, para que sejam todos julgados sem dó nem piedade! Essa ralé de pessoas não faz falta ao nosso país e, muito menos, se deve permitir que se esconda sob a capa de “juízes”. Devem ser completamente afastados!
Por esta razão, o SINSE deverá “apertar” Joel Leonardo, de forma a justificar como conseguiu comprar casas em Cascais e Coimbra (Portugal), assim como o recebimento, em dinheiro vivo, de elevadas quantias — montantes estes que serão revelados a partir de segunda-feira.
Os funcionários dos tribunais ficaram felizes com a saída deste juiz corrupto, uma vez que já estavam bastante agastados com o número elevado de familiares (filhos, sobrinhos, cunhadas, primos) que colocou nos tribunais e promoveu sem tempo de serviço suficiente para o efeito.
Agora, é chegado o momento do seu avençado, o comentarista Joaquim Jaime — que está habituado a opinar sobre tudo, “do alho à cebola” — comentar a sua saída e explicar ao cidadão qual é a parte que cada um de nós deve fazer para a melhoria do país. Mas que não se esqueça de fazer a sua parte: pela primeira vez prestar um bom serviço à nação e ter a coragem de dizer que o corrupto Joel merece ser preso e condenado com uma pena pesada, pelos vários crimes que cometeu, incluindo a morte do seu escolta no Zango.
Sabe-se que este juiz corrupto esteve a soldo do HC e do seu grupo.
Todas estas práticas devem ser denunciadas!
O caixão de Benguela pediu justiça e aí está o resultado.