O presidente da UNITA, Adalberto Costa Júnior (ACJ), foi acusado, recentemente, no âmbito do processo-crime nº 109/2025, de ser o mentor do caso 60 toneladas de engenhos explosivos pelo arguido João Gabriel, considerado o líder do grupo supostamente terrorista que quis explodir, entre outros, o Palácio Presidencial.
A missão, segundo este réu citado pelo O Pais, era promover subversão, sob manto do projecto político denominado Frente Unida para Regeneração da Ordem Africana, criado em 2021, porque, alegadamente, desde 1992, o Galo Negro luta, sem êxito, para alcançar o poder por via eleitoral.
João Gabriel é acusado, entre outros, pelos crimes de organização terrorista, fabrico de substâncias explosivas, aquisição de armas proibidas.
Para além de 14 engenhos explosivos adquiridos ao irmão Creciano Capamba, trabalhador na organização Hallo Trust, também arguido no processo, tinha sob o seu domínio 60 novas granadas que lhe foram fornecidas por aqueles a quem chama de “timoneiros do projecto”, de entre os quais o presidente da UNITA, Adalberto Costa Júnior, que visava atingir o poder.
Ao seu irmão, ele revelou que era portador de outros engenhos, limitando-se a dizer que adquiria as granadas para a montagem de bombas artesanais, para possível prática de pesca. Questionado pelo juiz-presidente da causa, Cipriano Catito Tchivinda, sobre o que, efectivamente, o grupo pretendia fazer com os engenhos explosivos, disse que, quando os recebeu, foi com o intuito de inviabilizar totalmente o país, destruindo alguns objectivos estratégicos, designadamente centrais de hidroeléctrica, pontes, refinaria, antenas de telecomunicações de Angola, de modo a comprometer o desenvolvimento.
“Quando se fala em inviabilizar o país, era destruir todos os objectivos estratégicos”, disse o arguido, ao sustentar que o que se pretendia era remeter o país a um cenário de guerra, mas decidiu desistir do projecto, porque, alegadamente, os promotores não cumpriram com algumas exigências, tal como a de conduzir a acção terrorista em um país estrangeiro. “Os timoneiros teriam a tarefa de fazer desses factos trunfos políticos. A acção falhou, porque eu deixei falhar e desisti da acção”.
Em reacção a estas acusações, os populares entendem que não passam de “mais um teatro” do regime para “jogar sujo” contra os seus adversários de peso e de medo, por isso, dizem que, é um assunto que já é novidade, tão pouco assustador.
“Isso não passa de uma comédia no meu entender”, comentou Welner Pereira Carlos. Continuou: “se o ACJ fosse a favor do caos, devia se aproveitar na época pós-eleitoral, quando o povo estava revoltado, mas, felizmente, o homem sempre pediu por serenidade”.
“MPLA está a procura do culpado, mas a impopularidade que o MPLA enfrenta, o culpado é o João Lourenço, não culpem só a UNITA. MPLA vai mesmo cair, porque cada vez mais o povo está furioso”, argumentou Victor Cabanga, ao deduzir que o partido-governo esteja por trás das acusações de João Gabriel.
Já Hélder Francisco referiu que a UNITA tem servido de “saco de pancada” para todos tipos de acusações.
“Mesmo um iletrado dá conta que isso é uma brincadeira. Precisamos ser mais sérios com os sentimentos dos outros. A saúde pública anda mal nesse país, se preocupem ainda aí”, escreveu Sousa Domingos.