Um repórter do Jornal dos Desportos, sob a condição de anonimato, denunciou, recentemente, em uma carta aberta ao ministro das Telecomunicações, Tecnologias de Informação e Comunicação Social, Mário de Oliveira, que os profissionais daquele órgão vivem um autêntico “calvário” desde que a direcção liderado pelo jornalista Honorato Silva tomou posse.

De tão insuportável que o clima está, referiu que, os repórteres, com mais três ou quatros anos ainda pela frente, estão a buscar os anos em que trabalharam em outros lugares só para apressarem a  reforma. Como prova dos primeiros a tomarem tal atitude, mencionou dois editores, António Júnior e João Carmo, que, recentemente, por maus-tratos, abuso de poder e arrogância, foram obrigados a abandonarem o órgão.

“Em função da arrogância, quer do director, chefe de redação, quer do chefe adjunto da redacção, que muitas vezes chamaram de burros aos colegas durante as reuniões, mais de seis jornalistas decidiram abandonar o título em busca de paz em outros títulos. Honorato, apercebendo-se da intenção dos colegas, foi dizer ao PCA, Drummond Jaime, e ao administrador para os conteúdos, Cândido Bessa, que os colegas estavam a fugir trabalho e exigência. Quer o PCA como o Bessa decidiram ficar do lado do seu subordinado Honorato Silva”, contou.

Revelou ainda que várias vezes alguns colegas procuraram o PCA para expor as preocupações, por sua vez, este ordenava a secretária, que sempre que for o caso, dissesse que estava ocupado. Na última tentativa, os colegas foram encaminhados na sala do Cândido Bessa, deixando no ar a promessa de reunir com os profissionais, facto que nunca se concretizou.

Contou, ainda, que, recentemente, Honorato Silva ameaçou o jornalista Juscelino da Silva com despedimento, pelo facto deste reclamar sobre a categoria baixa que ostentava.

“Estás armado em estrela? Até o Victor Bruno que pensava que era melhor que o Sérgio Conceição foi para rua”, estas seriam as palavras de Honorato Silva segundo o queixoso.

O denunciante fez saber que o jovem repórter é responsável por várias matérias de capa do jornal que tem saído quer no consulado do Honorato como na direcção anterior, porém continua a ter o salário mais baixo da redacção.

Apelidou Honorato Silva de “rei da mixa”, pois, revelou que o dirigente faz das capas um negócio, vendendo para os “amigos” presidentes de clubes e das federações.

Os repórteres são agora obrigados entrar às 7h00 para largarem às 18h00.

Quanto ao director adjunto, o queixoso refere que, o que Pedro Augusto sabe fazer de melhor é se apoderar do carro da reportagem posto ao dispor dos jornalistas, tudo pela satisfação dos seus interesses, como levar a esposa ao hospital e aos óbitos, enquanto os jornalistas vão a pé nas actividades.

Confessou que o chefe de redacção, Anaximandro Magalhães, também consultor do ministro do Planeamento, tem simulado doença para não trabalhar, sobretudo nos dias que tem de conduzir a reunião de pauta. “Isso acontece aos olhos do arrogante Honorato Silva, que protege sempre a sua equipa, mas quer exigir dos repórteres trabalho, mesmo sem condições, esquecendo-se que o chefe deve ser o primeiro a dar exemplo”, disse.

“Naquela redação falta de tudo um pouco, desde carros para a reportagem, computadores, cadeiras para sentar, impressora e outros itens. Honorato Silva é um bom jornalista, mas não serve para liderar homens, é maldoso, e a classe não precisa de pessoas como ele”, declarou.

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