O jornalista do “Novo Jornal”, Romão de Jesus, foi expulso da Assembleia Nacional durante o discurso sobre o Estado da Nação do Presidente João Lourenço. O profissional da comunicação social estava a cobrir o evento quando decidiu descer para captar imagens dos deputados da UNITA, que protagonizaram um protesto exibindo panfletos.
Romão de Jesus, que se encontrava na Assembleia para capturar imagens do evento, relatou em suas redes sociais que foi abordado por um funcionário da Assembleia Nacional, identificado como Sr. Lalema, que lhe pediu para deixar o local. Segundo o jornalista, as palavras do funcionário foram claras: “A chefe disse para não filmar a UNITA. Tens de sair daqui agora.”
Após registrar os protestos, Romão foi forçado a deixar a sala pelos seguranças, que alegaram que a sua presença estava a causar “escândalo e opróbrio”. Ele afirmou que não havia provocado nenhuma situação de tumulto, mas que simplesmente estava a cumprir o seu dever como jornalista.
Numa postagem via Facebook, Romão manifestou a sua indignação: “Esse é o país real! O verdadeiro Estado da Nação. Muito triste…”
O incidente gerou indignação nas redes sociais e entre profissionais de comunicação social, que denunciam a censura e a violação da liberdade de imprensa.
A situação foi comentada por Celso Malavoloneke, membro do comitê central do MPLA, que se manifestou nas redes sociais. O político desqualificou os protestos da UNITA, afirmando: “Puro teatro é o que testemunhámos há instantes na Casa das Leis que a UNITA tentou transformar em circo.”
Malavoloneke negou a existência de uma ditadura em Angola, questionando: “Em qual contexto ditatorial a oposição protesta livremente enquanto o ditador discursa?” O mesmo sugeriu que a UNITA transformou a contradição na sua estratégia política, insinuando que, se houvesse uma ditadura, a UNITA colaboraria com ela ao limitar as suas atividades a uma oposição meramente decorativa.