O líder do MPLA, João Manuel Gonçalves Lourenço, afastou o dirigente João de Almeida Martins, “Jú Martins”, da equipe que irá integrar a comissão de revisão dos estatutos partidários para o próximo congresso de dezembro.
SUBSTITUÍDO POR MÁRIO PINTO DE ANDRADE
O afastamento ocorreu à margem da última reunião extraordinária do Comitê Central, momentos após o secretário do Bureau Político (BP) do MPLA para Mobilização, Gonçalves Muandumba, ter lido a lista contendo os nomes dos membros das várias comissões de trabalho do congresso. Muandumba havia anunciado o nome de “Jú Martins” como coordenador da comissão de revisão dos estatutos, mas, pouco depois, foi chamado pelo Presidente do partido para fazer as devidas correções.
Ao retornar à plateia, Muandumba anunciou a equipe refeita da comissão de revisão dos estatutos, com Mário Pinto de Andrade indicado como novo coordenador, coadjuvado por Ângela Bragança. Também faz parte desta comissão Edeltrudes Costa, diretor do gabinete do Presidente da República..
Pela primeira vez, membros do governo como Ricardo de Abreu, Eugénio Cear Laborinho e João Baptista Borges foram nomeados “em massa” para integrar outras comissões de trabalho do congresso.
Segundo apurou o Club-K, João Lourenço pretende alterar o artigo 120 do partido, que estabelece que o líder do partido é o candidato à Presidência da República, para que ele possa concorrer no congresso de 2026 sem ser impedido pelas normas constitucionais. Está prevista para o próximo mês novembro uma segunda reunião do Comitê Central do MPLA, onde o tema da alteração dos estatutos será aprovado para ser introduzido para o congresso extraordinário de dezembro de 2024.
Inicialmente, João Lourenço pretendia alterar a Constituição para permitir um terceiro mandato, mas, ao consultar especialistas do regime, foi desencorajado. Como alternativa, decidiu convocar um congresso extraordinário para reajustar os estatutos do MPLA, permitindo-lhe permanecer na Presidência do partido. Em 2027, Lourenço colocaria um “testa de ferro” como cabeça de lista nas eleições, alguém que ele pudesse controlar.