O Presidente da UNITA, Adalberto Costa Júnior (ACJ), disse que para o lançamento de uma fundação não é necessária a realização de conferências de imprensa e entende que o acto realizado, por Isaías Samakuva seja uma, das várias, formas de instrumentalização do MPLA para satisfação de alguns interesses. Argumentou ACJ, nesta quarta-feira, 10, respondendo a uma questão sobre a ausência de figuras importantes do partido UNITA no encontro que anunciou o lançamento da Fundação Jonas Malheiro Savimbi.
Adalberto Costa Júnior que falava na conferência de imprensa sobre “o país real” realizada pela Frente Patriótica Unida(FPU), disse estar atento a tudo que se passa no país, e recitando o provérbio popular de que “quando a esmola é demais, o santo desconfia” apresentou como exemplo a saída da UNITA da Comissão de Reconciliação em Memória das Vítimas dos Conflitos Políticos (Civicop) alegadamente por “instrumentalização extrema” do Governo angolano.
“ Uma fundação é um assunto normalíssimo, num Estado democrático e de direito, não precisa de conferência de imprensa, não precisa de discursos políticos, não precisa de muto barulho, portanto, quando a esmola é demais, o santo desconfia”, disse ACJ.
Segundo o líder do Maior partido na oposição angolana, a fundação Jonas Malheiro Savimbi, sempre foi objectivo das direcções da UNITA, porém, inquieta a forma que foi legalizada, sob autorização do Presidente da República, João Lourenço.
“ Nós saímos da CIVICOP, um organismo instituído em nome de reconciliação por instrumentalidade extrema. Assistimos há pouco tempo as instituições públicas a criminalizarem Jonas Savimbi. Hoje quem manda na CIVICOP é o senhor presidente da República. Quem deu ordem da legalização da fundação Jonas Malheiro Savimbi é o Presidente da República. É preciso mais alguma resposta para saber que estamos a fazer contas de 2027? Que estamos a correr riscos da instrumentalidade do Estado angolano? Estamos atentos. A família está preocupada com as agendas particulares que desviam a fundação daquilo que é normal”, respondeu ACJ à imprensa.
Quando a informação sobre a falta de pedido de audiência ao João Lourenço, o presidente da UNITA, explicou os vários momentos que esteve com o Presidente da República e argumentou que nunca teve problemas em pedir audiências, referindo que, existe uma dificuldade efectiva de diálogo institucional e sublinhando que as audiências devem ser produtivas.
“ Não faz sentido ir a uma audiência onde me digam, pede entrevista à TPA e dar-te –ão, não sou um instrumento para o uso de indicador de pluralidade por ingenuidade. E então, faz todo sentido que o líder da oposição encontre o Presidente da República, mas que estes encontros produzam algo de bom para o país. Este é o nosso propósito”, disse Adalberto na conferência de Imprensa realizada em Luanda.