De Janeiro a Junho deste ano, os especialistas do Hospital Geral de Luanda trabalharam na retirada de mais de mil corpos estranhos em crianças, anunciou, terca-feira, a responsável do Serviço de Otorrinolaringologia.

A médica Lídia Warinhenga afirmou que o hospital intervém diariamente em seis a sete casos de crianças com corpos estranhos no nariz, ouvidos e garganta.  “É comum recebermos esses casos aqui no hospital e os mais graves, aqueles que engolem moeda e fica encravada no esófago, são transferidos”.

A especialista referiu que é comum menores brincarem com qualquer objecto que lhes aparece pela frente, porém, o alerta é feito incansavelmente aos mais velhos, de forma a prevenir eventuais perigos.

“Temos uma garrafa de água mineral cheia de objectos retirados só este ano. Já houve, inclusive, o caso de um bebé que engoliu uma das pilhas do comando da televisão”, destacou, acrescentando que, embora seja raro, algumas crianças são levadas ao bloco operatório para pequenas cirurgias.

Camama

O Hospital Geral de Luanda atendeu, na semana passada, 8.314 pacientes, dos quais 615 com malária, 484 com doenças respiratórias agudas, 176 com hipertensão, 109 com diarreia, 62 com tuberculose e 26 com Acidente Vascular Cerebral, de acordo com o director clínico da instituição.

Magalhães Sobrinho referiu que a área de cirurgia assistiu 323 casos de queda, 198 de acidentes de viação, 123 de agressão física, 77 de atropelamento e 67 de ferimentos provocados por arma branca.

Cacuaco

De acordo com a directora-geral do Hospital Municipal de Cacuaco, são mais comuns os casos de menores com bolinhas colocadas nos ouvidos. “Não recebemos muitos casos e os que vêm para cá são transferidos”, disse.

Anizeth Cutatela referiu, igualmente, que o hospital observou, na semana passada, 3.950 pacientes, dos quais 2.372 nas consultas externas e 1.571 nas urgências.

A médica ressaltou que as principais patologias registadas foram a malária (679), a diarreia (84), as doenças respiratórias agudas (37) e Acidente Vascular Cerebral (11). A área da maternidade, disse, realizou 128 partos, enquanto a área cirúrgica assistiu 88 pacientes, vítimas de acidente de viação.

Cazenga

O Hospital Municipal do Cazenga atendeu, na semana passada, 2.291 pacientes, sendo 142 na área de cirurgia, de acordo com a directora-geral da unidade. Maria Adelaide avançou que 217 crianças foram diagnosticadas com malária, 23 com diarreia e 17 com broncopneumonia. Nos adultos, referiu, foram atendidos 263 casos de malária, 23 de broncopneumonia e 13 de diarreia.

Ainda no Cazenga, o Hospital Geral dos Cajueiros observou 3.547 pacientes, dos quais 1.336 por malária, 233 por hipertensão, 188 por diarreia e 55 por malnutrição, segundo o director clínico. Tomás Fernando adiantou que, no período em análise, os especialistas assistiram 116 casos de trauma.

Kilamba Kiaxi

Um total de 1.201 crianças foram atendidas, na semana passada, no Hospital Geral Especializado do Kilamba Kiaxi, disse a directora clínica da unidade sanitária.

A médica Rosa André adiantou que as patologias mais frequentes foram as doenças respiratórias agudas, com 238, a malária, com 184, e a diarreia, com 152 casos. O serviço de maternidade da unidade hospitalar, avançou, assistiu 605 mulheres e realizou 142 partos. “Tivemos 27 casos de malária e 10 de pré-eclâmpsia nas gestantes”, disse.

  Especialistas pedem maior atenção às doenças respiratórias 

Nos últimos dias, os hospitais do país, em particular os de Luanda, têm registado um aumento dos casos de doenças do sistema respiratório agudo, com realce para as do foro nasal, como as rinites virais, que em alguns casos são também crónicas, com vários factores de risco.

De acordo com a médica do Centro de Saúde da Samba Rosa Manuel, as doenças de trato respiratório são frequentes nas épocas mais frias, onde as equipas médicas aconselham o redobrar dos cuidados, em especial com a rinite, patologia que acomete a via respiratória aérea.

A médica apelou aos pais que redobrem os cuidados com as crianças, principalmente com objectos que representam perigo e pediu que façam de tudo para as crianças não terem contacto com produtos alérgicos.

“Os pais devem trocar semanalmente as roupas da cama, efectuar limpeza diária nos ambientes mais utilizados pelos menores”, disse, além de informar que o centro atendeu, na semana passada, 110 casos de doenças respiratórias agudas, 79 de diareias agudas, 24 de hipertensão arterial e 345 de malária.

Talatona

O Hospital Municipal de Talatona atendeu, no banco de urgência, entre as doenças frequentes, 64 casos de doenças respiratórias agudas, 16 de hipertensão arterial, 15 de diarreias agudas, 13 de infecção urinária e 149 de malária, disse, ontem, a chefe do Banco de Urgência.

Isabel dos Santos referiu que em clínica geral foram atendidos 291 adultos, em pediatria 242 crianças, e em ginecologia e obstetrícia 83 pacientes. O hospital, avançou, realizou 20 partos. Na sessão de traumatologia, continuou, foram atendidos 22 doentes.

Sambizanga

O banco de Urgência do Centro de Saúde do Sambizanga observou, na semana finda, 70 pacientes com doenças de trato respiratório, 68 com problemas de nutrição, 14 com infecção urinária, oito com hipertensão arterial, quatro com diarreias agudas e 412 com malária, disse a directora clínica da unidade sanitária.

Augusta Chandicua afirmou que foram assistidos também 220 pacientes em clínica geral, 170 nos serviços pediátricos e 124 em tisiologia (área de tratamento ambulatório para pacientes com doenças das vias aéreas inferiores). 

Neves Bendinha

O Hospital Geral Especializado Neves Bendinha socorreu no seu Banco de Urgência de Queimados e Cirurgia 33 pacientes com diferentes tipos de queimaduras, sendo 20 crianças e 13 adultos, informou a directora clínica, Antonieta Guilherme.

A médica, que falava na apresentação das principais ocorrências, frisou que, dos pacientes que deram entrada com queimaduras, seis foram internados devido à gravidade das lesões provocadas pelas queimaduras. Quanto aos traumas, realçou, foram atendidos 34 pacientes.

Menor levada às urgências

Rita Matias, de 3 anos, passou a noite com dificuldades de respirar, por ter introduzido uma bolinha de plástico no nariz. De acordo com a mãe, Filomena Bimbi, o acidente aconteceu por volta das 21 horas, quando a menor se encontrava a brincar com os pertences da irmã mais velha.

“Encontrei-a a brincar com as bolinhas de plástico da irmã. Recebi, mas ela escondeu algumas”, disse, acrescentando que minutos depois a criança começou a queixar-se de um desconforto no nariz. Depois de observada pela mãe, notou-se que havia uma bolinha presa no nariz. “Pedi que ela a expulsasse, mas não conseguiu e tive de trazê-la ao hospital o mais rápido possível”, explicou.

A menor foi recebida no Hospital Geral de Luanda pela médica especialista em otorrinolaringologia, Lídia Warinhenga, que prontamente fez uma intervenção e retirou o objecto do orifício nasal. “Ao exame físico, identificou-se a presença de um corpo estranho que ocupava a fossa nasal direita, uma bolinha de plástico. Fizemos uma intervenção que culminou com a extracção”, explicou a médica.

Durante a intervenção, acrescentou, a menor sangrou um pouco, um facto normal pela sensibilidade da zona. “As fossas nasais são zonas muito sensíveis, principalmente em menores, por isso devemos ter todo o cuidado possível para evitar o pior”, aconselhou.

Engrácia Francisco 

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