O Presidente da República, João Lourenço, testemunha hoje, às 9 horas locais (8h em Angola), no Anfiteatro do Union Buildings, em Pretória, à investidura do homólogo sul-africano, Cyril Ramaphosa, vencedor das eleições daquele país, realizadas a 29 de Maio último, com 40,20 por cento dos votos.

O líder sul-africano, de 71 anos, é investido para o segundo mandato consecutivo, devendo comandar o país nos próximos cinco anos.

João Lourenço, que também é o Presidente em exercício da SADC, vai estar entre os vários líderes africanos convidados para o mediático evento, ao lado dos demais Chefes de Estado e de Governo da região, nomeadamente de Moçambique, Botswana, Comores, RDC, eSwatini, Lesoto, Madagáscar, Malawi, Maurícias, Namíbia, Seychelles, África do Sul, Tanzânia, Zâmbia e Zimbabwe.

De acordo com informações disponibilizadas aos jornalistas angolanos mobilizados para a cobertura da cerimónia de investidura, não está previsto qualquer pronunciamento do Presidente da República durante o período que durar a sua estada na África do Sul.

No decurso da cerimónia, apesar de manter contactos informais com homólogos, João Lourenço não prevê conceder audiências, devendo regressar ainda hoje a Luanda. Antes disso, participa do almoço a ser oferecido pelo Presidente reeleito da África do Sul, Cyril Ramaphosa.

Discurso                                                                            

Os cidadãos sul-africanos aguardam com enorme expectativa o discurso de posse do Presidente Cyril Ramaphosa, a ser proferido momento depois de ser empossado novamente no cargo, para o segundo mandato consecutivo.

Tal como perspectivam alguns jornais locais editados em Pretória, Cyril Ramaphosa pode incidir o seu discurso comprometendo-se a continuar a trabalhar para dar solução aos desafios remanescentes de pobreza, desigualdade e desemprego, que ainda enfrenta o país.

Cyril Ramaphosa pode fazer, igualmente, uma incursão à questão da segurança, à aplicação da lei e à capacidade do seu Governo manter a África do Sul segura e estável, afastando-a de qualquer ameaça velada de instabilidade, capaz de intimidar os sul-africanos ou os estrangeiros.

Apelo à esperança

O Governo sul-africano fez, ontem, através dos órgãos de comunicação social, um apelo a todos os sul-africanos, encorajando-os a fazerem parte desta ocasião importante do país, que é a investidura de Cyril Ramaphosa ao mais alto cargo da nação.

“Aqueles que não puderem comparecer, são incentivados a acompanhar os procedimentos pela televisão e pela rádio”, lê-se na mensagem.

Os sul-africanos, portanto, são mobilizados a reservarem, hoje, algumas horas do seu tempo, para dedicarem atenção à ocasião especial. De igual modo, os jovens são incentivados a registarem o momento, como parte da construção da coesão social e do desenvolvimento da nação.

Perda da maioria absoluta

O Presidente sul-africano, Cyril Ramaphosa, vai liderar uma coligação do Governo de Unidade Nacional, na sequência do acordo firmado com partidos da oposição, em virtude de ter perdido a maioria absoluta.

Nas eleições de 29 de Maio, o ANC obteve 40,20 por cento dos votos e assegurou 159 dos 400 lugares no Parlamento, enquanto o PD, “herdeiro” da liderança política branca que se opôs ao regime do Apartheid, obteve 21,81 por cento e 87 lugares.

Pela primeira vez no seu histórico, o ANC perdeu, desta forma, a maioria absoluta, desde as Eleições de 1994, quando Nelson Mandela se tornou o primeiro Presidente negro do país e o regime segregacionista do Apartheid (1948-1994) foi abolido.

A DA e o ANC, os dois maiores partidos em percentagem de eleitores, concordaram em formar um Governo de Unidade Nacional, com o Presidente Cyril Ramaphosa no comando.

O líder da DA, John Steenhuisen, confirmou que o partido vai deixar as bancadas da oposição e passar a ter representantes no Gabinete Nacional, assim como nos governos provinciais, em Gauteng e KwaZulu-Natal, locais onde não houve um vencedor absoluto.

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