Três dias depois da Assembleia do Povo Unido-Partido Democrático da Guiné-Bissau (APU-PDGB) ter retirada a confiança política ao Presidente da República e pedido aos seus membros que integram o Governo de iniciativa presidencial que deixem o Executivo, três ministros apresentaram nesta terça-feira, 18, os seus pedidos de demissão do primeiro-ministro.

O ministro da Energia, Hideberto Infanda, o ministro da Juventude, Cultura e Desporto, Augusto Gomes, e o secretário de Estado da Juventude, Garcia Biifa, entregaram as suas cartas a Rui Duarte de Barros.

Na sua carta, Infanda alega a decisão do partido mas disse que as suas competências foram “fragmentadas” e que continuar “a pertencer a este Governo para algum tempo é submeter a minha pessoa ao estado de desânimo”, segundo a carta de 15 de junho, diz que o partido retirou a confiança a Umaro Sissoco Embaló.

Por seu lado, Augusto Gomes e Garcia Biifa, os responsáveis pela pasta de Juventude, Cultura e Desporto, apresentaram, ambos, “motivos políticos, em obediência às orientações superiores do meu partido” para justificar a saída do Governo.
Como a Voz da América noticiou na segunda-feira, 17, numa declaração política emitida no sábado, 15, a APU-PDGB, partido liderado pelo antigo primeiro-ministro Nuno Gomes Nabiam “retirou” a “confiança política” a Umaro Sissoco Embaló, e em consequência ordenou a todos os seus militantes e dirigentes a demitirem-se das suas funções no actual Governo da iniciativa presidencial, em “obediência e respeito aos estatutos do partido”.

Através de uma declaração política, o partido invocou a “gravidade da situação” de aumento galopante da circulação da droga no país, envolvendo os agentes de Estado, aliado aos actos “criminosos cometidos pelas milícias palacianas do Presidente da República contra cidadãos indefesos nas manifestações e demais abusos de autoridades”.

O Partido que apoiou o actual Presidente da República nas eleições presidenciais de 2019 acusa Sissoco Embaló de “graves interferências” nos assuntos internos dos partidos políticos, nomeadamente no MADEM-G15, PRS, PAIGC e APU-PDGB, causando a “divisão, indisciplina, desordem e anarquia no seio desses partidos, através da corrupção e aliciamento político”.

Nem o Presidente da República nem o primeiro-ministro se pronunciaram ainda sobre os pedidos de demissão.

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