O Executivo angolano está “muito preocupado”, com os diamantes criados em laboratório, considerando que representam uma ameaça ao negócio das pedras preciosas naturais, que o País tem no sub-solo em grande quantidade.

JORNAL FAX: PEDRO VICENTE

De acordo com o Executivo, deve-se fazer mais esforço para que os diamantes laboratoriais não possam ocupar a posição dos diamantes naturais.

“Como País produtor de diamantes naturais a maior preocupação deve ser nesta produção”, disse o ministro dos Recursos Minerais, Petróleo e Gás (MIREMPET), Diamantino de Azevedo, quando terça-feira, foi ouvido num inquérito Parlamentar pelos deputados da quinta comissão da Assembleia Nacional.

As exportações de diamantes lapidados criados em laboratórios aumentaram cerca de 70% no ano passado no mundo, para 622,7 milhões USD, enquanto que os diamantes lapidados e polidos diminuíram cerca de 3%, para 8,2 mil milhões USD, durante o mesmo período.

Diamantino Azevedo  mostrou-se convicto de que o actual estado da Indústria Diamantífera, à escala universal, constitui uma inquietação  na medida em que os indicadores apontam  para “um momento de particular instabilidade”, derivado, essencialmente, de factores como “a conjuntura económica internacional, campanha de desestabilização dos diamantes naturais, combinada com a promoção dos diamantes sintéticos”.

Todos esses factos, enfatizou o ministro, “têm contribuído negativamente para o  desenvolvimento e crescimento harmonioso dessa  importante indústria e, consequentemente, para a diminuição dos preços dos diamantes no mercado  internacional”.

Numa audição parlamentar, orientada pela quinta comissão que durou cerca de 4 horas, o titular do Ministério dos Recursos Minerais, Petróleo e Gás, Diamantino de Azevedo, apresentou as políticas de desenvolvimento do sector, em particular a implementação do Plano Director do Gás no âmbito da diversificação da economia, o processo de descarbonização nacional, as acções em curso de promoção do capital humano, do conteúdo local e aspectos atinentes à responsabilidade social.

Diamantino de Azevedo prestou também esclarecimentos sobre a expansão da exploração e aproveitamento dos recursos energéticos de origem fóssil, dos diamantes, ouro, cobre e outros metais não ferrosos, assim como da expansão da produção de fertilizantes e calcário para a correcção dos solos.

A observação das medidas de mitigação e prevenção de desastres naturais mereceu uma atenção especial, tendo o ministro garantido a devida precaução com as regras ambientais, a segurança das pessoas e a sanidade do meio no processo de exploração dos recursos.

Considerando as transformações da indústria petrolífera a nível global, o governante apontou como prioridade a transição energética, por isso o sector está a redireccionar a sua estratégia para a implementação das energias renováveis, a produção dos biocombustíveis e a descarbonização nacional.

“A descarbonização, prevista até 2050, dá a possibilidade ao país de continuar a produzir petróleo de baixo carbono e diminuir as emissões de gases de efeito estufa. Ao mesmo tempo que se vai investindo nas energias renováveis (hídrica, eólica e solar) e nos biocombustíveis”, assegurou.

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