A UNITA afirmou esta quinta-feira, 25, que com a aprovação Proposta de Lei de Combate à Actividade Mineira Ilegal que visa definir um quadro jurídico especializado de combate à exploração ilegal de minerais estratégicos, bem como responsabilizar criminalmente as pessoas singulares e colectivas que pratiquem actos que concorram para o exercício dessa actividade de forma ilegal, as empresas de segurança na região, têm doravante, “ carta-branca”, para matar civis que vivem nas zonas diamantíferas.

REDACÇÃO JORNAL FAX

“As empresas de segurança que é propriedade de um grupo da elite que governa o País, têm condições para matar civis que vivem nas zonas onde são explorados diamantes”, disse o deputado Joaquim Nafoia mandatado a ler o voto contra da UNITA.

“A nova Lei vai continuar a prejudicar os pobres e vai favorecer um grupo de regime que explora grandes quantidades de diamantes no País”, acrescentou o deputado.

O Grupo Parlamentar do MPLA diz que aprovou o diploma, porque tem compromisso com povo tendo em vista o seu bem-estar.

A Proposta de Lei de Combate à Actividade Mineira Ilegal que visa definir um quadro jurídico especializado de combate à exploração ilegal de minerais estratégicos, bem como responsabilizar criminalmente as pessoas singulares e colectivas que pratiquem actos que concorram para o exercício dessa actividade de forma ilegal, passou na votação final global com voto contra da UNITA.

O diploma passou com 106 votos (MPLA e PHA), 78 votos contra (UNITA) e quatro abstenções do Grupo Parlamentar PRS/FNLA.

A UNITA justificou o voto contra alegando, a Lei vai continuar a prejudicar os pobres e vai favorecer um grupo de regime que explora grandes quantidades de diamantes no País.

“A partir de agora, as empresas de segurança nas zonas diamantíferas têm a carta-branca para matar civis que vivem nas zonas de exploração de diamantes”, disse o deputado Joaquim Nafoia que leu a declaração política da UNITA.

O Grupo Parlamentar do MPLA diz que aprovou o diploma, porque tem compromisso com povo tendo em vista o seu bem-estar.

Refira-se que a Proposta de Lei de Combate à Actividade Mineira Ilegal, estabelece, ainda, mecanismos céleres de declaração de perda dos instrumentos, produtos e vantagens adquiridos na prática destes crimes a favor do Estado.

A actividade ilegal minera, segundo o Governo, surge como uma preocupação para o País, devido ao envolvimento de grupos criminosos organizados nessas actividades.

O Governo angolano considera que a exploração mineira ilegal, representa uma ameaça à segurança nacional do País que é um dos maiores produtores mundiais de diamantes.

Segundo dados do Executivo angolano, actualmente o País conta com 1,3 milhões de garimpeiros a maioria estrangeiros, que operam com perto de 300 dragas ilegais de grande porte.

Quando o diploma foi aprovado na generalidade, o secretário de Estado dos Recursos Minerais de Angola, Jânio Correia Vítor, disse que pelo menos 120 cooperativas artesanais de diamantes, tuteladas por cidadãos angolanos, estão em atividade em Angola, após verem renovados os seus títulos, sendo que as restantes 140 estão inoperantes por falta de investimentos.

Segundo ele, o Ministério dos Recursos Minerais, Petróleo e Gás angolano desenvolve ações juntamente com a Empresa Nacional de Diamantes de Angola (ENDIAMA) para agrupar as cooperativas inoperantes e atrair investidores.

Jânio Correia Vítor lamentou, no entanto, que algumas cooperativas artesanais de diamantes recorram ao garimpo ilegal, por falta de meios de mineração legalmente autorizados.

“Então, optavam pelo garimpo, este garimpo traz uma série de problemas, sobretudo problemas de âmbito social, como a imigração ilegal, degradação do ambiente, propagação de ravinas, principalmente na zona leste”, frisou.

O secretário de Estado afirmou que o subsector dos diamantes tem uma contribuição para o Produto Interno Bruto (PIB) do País que varia de 0,5% a 0,7% e que foram arrecadados de impostos um total de 77,3 mil milhões de kwanzas em 2023.

Recentemente, o Presidente da República, João Lourenço, garantiu o empenho do Executivo em acabar com o garimpo ilegal de diamantes em Angola com anunciou de um programa de combate perante a esta actividade.

Segundo o Chefe do Estado, “o garimpo ilegal é um factor negativo e na economia de Angola”.

Referindo-se ao programa de combate perante a esta actividade, disse que este passa, entre outras valias, pela legalização e organização das cooperativas de diamantes com a sua transformação em empresas semi-industriais.

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