O Governo Provincial do Cuando Cubango está a ser acusado contrair uma dívida no valor de mais de 4 triliões de kwanzas a Empresa, Organizações  Escondidinhos e Filhos Lda, com sede na cidade de Menongue, no âmbito da extensão da administração do Estado em todo o território, no período de 1997 a 2001, cujo processo se encontra no Ministério das Finanças com o n.º 12485 há mais de 20 anos.

Segundo a fonte do Jornal Hora H, a dívida contraída no quadro da normalização da Reposição da Administração do Estado, do apoio às populações deslocadas de guerra e não só, através dos serviços prestados e bens fornecidos, durante 5 anos ao Governo do Cuando Cubango, foi feita faseadamente e perfaz um total de 4.489.048.010.000.00 (Quatro triliões quatrocentos e oitenta e nove biliões quarenta e oito milhões e dez mil kwanzas reajustado).

Fernando de Oliveira que há 26 anos vem a cobrar a dívida feita pelo estado, disse que entre as missivas enviadas, foi-lhe solicitado por Vera Daves, na altura, Secretária de Estado para as finanças, uma declarações de confirmação de dívida vinda do Governo do Cuando Cubango, este por sua vez, em 2020, ainda na liderança de Júlio Bessa, confirmou existência da dívida com a empresa Organizações Escondidinho no valor de 4.489.048.010.000,00 (quatro triliões, quatrocentos e oitenta e nove mil milhões, quarenta e oito milhões e dez mil Kwanzas Reajustados) mas que não existe um contrato escrito do Governo com a empresa em causa.

“Em relação ao assunto versado no mesmo, vimos informar que não existe nenhum contrato celebrado entre o Governo Provincial do Cuando Cubango e a referida sociedade, pelo facto de que naquela altura conforme afirmou o representante da sociedade no encontro realizado com este Governo Provincial, não se exigir contrato” lê-se no documento.

Já em 2023, na liderança de José Martins, uma resposta surge, a informar que após busca meticulosa nos arquivos constatou-se que não existe no Sistema de Gestão Financeira do Estado, naquele Governo, nenhuma dívida com a empresa em causa.

“ Não é possível compreender que a direcção do MPLA, o Executiva, Assembleia Nacional, os Tribunais Procuradoria da República e Provedoria da Justiça, Presidência da República, se unam para roubar uma empresa, por «cometer o crime» de ajudar este Governo em alimentar deslocados, refugiados e pagar salários da função pública, durante o tempo que este Governo tinha perdido a capacidade de o fazer” disse Fernando de Oliveira ao Jornal Hora H.

Fernando, salientou que o pagamento da dívida, já foi autorizada pelo Ex-Presidente da República, José Eduardo dos Santos, mas que até ao momento não chegou nas suas mãos e acusou algumas figuras do Estado angolano de usarem o dinheiro e várias cartas já foram enviadas aos órgãos competentes para ver solucionada a situação, porém até agora não obteve sucesso.

“Fizemos uma denúncia do açambarcamento do erário publico em nome desta empresa, no valor de 5 triliões de kwanzas, cujo mesmo destinava-se a pagar os serviços prestados pela empresa, mas, ambição desmedida de altos funcionários do Ministério das Finanças e da Presidência da República liderados pelo Armando Manuel (assessor económico do Presidente da República), Nito Cunha, Heldetrudes Costa, Archer Mangueira, Severino de Morais, Manuel Nuno Júnior, Abraão Gourgel, Manuel da Cruz Neto, fez com que desviassem estes valores para o benefício próprio” disse.

De acordo com o lesado, disse ainda que na sequência do “furto” perpetrado pelas entidades mencionadas, centena de pessoas morreram, filhos dos funcionários tornaram-se “analfabetos”, e os sobreviventes estão a ser submetidos a “indigência total”.

De referir que Fernando de Oliveira dispões de várias documentos comprovam supostamente as solicitações de bens e serviços, vinda de todos os municípios que compõem a província.

O Jornal Hora H, procurou contactar o Governo Provincial do Cuando Cubango, enviando até as provas documentais em posse da suposta vítima, mas volvidos dois meses não tivemos resposta.

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