O deputado da UNITA, Sampaio Mucanda, reagiu este sábado aos rumores sobre a possível exoneração do Governador Provincial do Namibe, Archer Mangueira, apelando à serenidade e ao reforço do espírito de unidade entre os habitantes da província.

Numa nota pública, Mucanda sublinha que eventuais mudanças na liderança provincial “não devem colocar as pessoas em pânico”, lembrando que cargos políticos são, por natureza, temporários e não devem ser encarados como património pessoal. “Ninguém se profissionaliza para ser Presidente da República, deputado, ministro ou governador”, afirmou, reforçando que o valor de qualquer função governativa reside apenas no legado deixado à sociedade.

 O parlamentar recorreu ainda ao pensador Max Weber para distinguir entre políticos que “vivem para a política”, movidos por missão e serviço público, e aqueles que “vivem da política”, para quem o exercício de cargos se traduz em sustento e negócio. Segundo Mucanda, o desenvolvimento do Namibe exige líderes comprometidos com a causa pública e não com interesses pessoais.

 Quanto a um eventual substituto de Archer Mangueira, o deputado afirma que a origem geográfica do futuro governador “pouco importa”, desde que se trate de um cidadão patriota capaz de servir a província. No entanto, solicita ao Presidente da República, João Lourenço, que valorize os quadros locais, defendendo que o Namibe possui competência interna suficiente para assumir responsabilidades governativas sem depender de nomes vindos de outras regiões.

Mucanda rejeita práticas de regionalismo ou etnocentrismo, defendendo, porém, que o país deve reconhecer e promover o mérito dos seus quadros, independentemente da província de origem.

 O deputado aproveitou a ocasião para criticar o que descreve como uma “mentalidade de caranguejos” entre alguns sectores da sociedade namibense — uma postura que, segundo ele, fomenta divisões, intrigas e boicotes internos. “Quando é nomeado alguém de fora, fala-se de desvalorização dos quadros locais; quando é um namibense, são os mesmos que lhe colocam casca de banana”, lamentou.

Mucanda apelou a um “renascimento mental local”, incentivando os habitantes da província a abandonar comportamentos que dificultam o progresso colectivo. Para o deputado, o Namibe precisa de “unidade, competência, patriotismo, humildade e compromisso com o bem comum”.

A nota termina com uma evocação simbólica da identidade local, referindo-se ao Namibe como “a terra dos dromedários que se confundem com os camelos”.

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