O Ministério da Saúde (MINSA) está a ser alvo de graves acusações envolvendo alegadas práticas de nepotismo, má gestão e criação de uma”máfia interna” no processo de aluguer de viaturas destinadas às campanhas nacionais de vacinação contra o cancro do colo do útero, que decorre desde o dia 27 de Outubro do corrente ano em todo país, e distribuição de mosquiteiros.

As acusações, feitas por fontes ligadas ao sector, apontam para decisões consideradas irracionais, perigosas e motivadas por interesses financeiros.

Segundo os relatos, em vez de contratar motoristas e viaturas locais conhecedores das rotas, das comunas e das áreas de difícil acesso, o MINSA tem recorrido a viaturas provenientes de Luanda para operar em províncias como Huambo,

Benguela, Cuanza Sul, Bié e Cuando.

Fontes do Imparcial Press afirmam que muitos desses veículos chegam em péssimo estado mecânico, com avarias, falhas técnicas e condições inadequadas para percorrer longas distâncias em zonas rurais.

A escolha de operadores externos, dizem, não obedece a critérios técnicos, mas sim à possibilidade de gerar maiores ganhos financeiros para um grupo restrito.

“Os interesses dentro do Ministério falam mais alto do que a eficácia das campanhas. Há pessoas a lucrar com cada viatura enviada de Luanda”, denuncia uma fonte que preferiu manter o anonimato.

Outra crítica recorrente, refere-se à recusa em alugar motorizadas e pick-ups locais, meios que garantiriam maior alcance em zonas remotas, onde viaturas pesadas não conseguem chegar.

Em muitas comunidades rurais, as brigadas de saúde têm enfrentado dificuldades para cumprir as metas de vacinação e distribuição, resultando em atrasos e falhas graves na cobertura populacional.

O alegado fracasso das campanhas, segundo os denunciantes, tem responsáveis identificados: a Ministra da Saúde, a Directora nacional de Saúde Pública e, surpreendentemente, o próprio Ministério da Educação, que também integra a coordenação logística das acçöes a nível das escolas.

As denúncias apontam para um cenário de desorganização, desperdício de recursos públicos e decisões que comprometem directamente a saúde da população, sobretudo das zonas mais isoladas, onde o acesso dos serviços básicos já é limitado.

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