Na manhã de hoje, um vídeo circulou nas redes sociais mostrando Pinto Matamba, diretor financeiro do secretariado nacional da Juventude do MPLA (JMPLa), fazendo um apelo aos seus funcionários para que não vandalizassem bens públicos. Em seu discurso, Matamba pediu calma aos jovens, afirmando que “as coisas vão melhorar, pouco a pouco”. No entanto, suas palavras levantam questões sobre a moralidade e a credibilidade de quem fala.

Matamba, em sua narrativa, não hesitou em apontar o dedo para os governos anteriores, acusando-os de negligência durante períodos financeiramente favoráveis. Segundo ele, aqueles que governaram Angola no passado não tomaram medidas para diversificar a economia e reduzir a dependência do petróleo. Curiosamente, os mesmos que, segundo Matamba, falharam em suas responsabilidades são hoje os que, segundo ele, financiam a oposição para “denigrir os esforços do governo atual”.

Esse discurso revela uma contradição profunda. A juventude do MPLA, representada por Matamba, parece ignorar que muitos dos líderes atuais são os mesmos que estiveram no poder durante os anos de bonança, quando as oportunidades para transformar Angola eram abundantes. A questão que se coloca é: a oposição já governou Angola? E se aqueles que hoje criticam não agiram no passado, o que muda agora?

A frustração da juventude angolana é palpável. Enquanto Matamba apela à calma, muitos jovens enfrentam uma realidade de fome e desespero. O MPLA governa Angola há 50 anos, e as promessas de mudança parecem cada vez mais vazias. Os discursos de esperança sem projetos concretos para mitigar a pobreza e melhorar as condições de vida do povo já não são suficientes.

Um político que não reconhece a continuidade das falhas de seu próprio partido, que já roubou durante os anos de prosperidade, carece de legitimidade para trazer esperança ao povo. A insistência em pedir calma e paciência, sem oferecer soluções tangíveis, apenas reforça a percepção de que o MPLA está mais preocupado em manter o poder do que em servir os interesses da nação.

Angola precisa de mudanças reais, não apenas de promessas vazias. A juventude, que representa o futuro do país, exige uma liderança que não só reconheça os erros do passado, mas que também se comprometa a construir um futuro melhor. O governo atual deve entender que a paciência do povo tem limites e que as chamadas à calma não são suficientes em tempos de crise.

Em resumo, o discurso de Pinto Matamba serve como um reflexo das tensões políticas em Angola. A necessidade de um novo caminho é urgente, e a juventude não deve ser subestimada. A mudança é não apenas desejada, mas necessária para o progresso e desenvolvimento do país.

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