A administradora municipal do Dirico, na província do Cuando, Ruth Alfredo Tenente é acusada de vender as três embarcações que servem de travessia das populações do rio Cubango para com a República da Namíbia
A s autoridades tradicionais que prestaram esta informação ao Pungo a Ndongo, afirmaram que pretendem chegar ao governador provincial, Lúcio do Amaral, mas estão a ser travados para não manter qualquer contacto com o edil.
“As três embarcações vêm desde a era do governo do Cuando Cubango, portanto, antes da nova divisão político administrativa”, disseram, avançando que “a administradora, orientou o director regional da Capitania do município do Calai que pertence a província do Cubango, mas que em termos operacionais controla o percurso do rio que tem o nome daquela província, que vai até ao município do Dirico, para que vendesse as três embarcações que pertencem ao Ministério dos Transportes, alegando que brevemente o novo governador vai substituí-las com outros meios, e os que pertenciam a outra governação devem ser desfeitos para se adquirir novas que vão constar do novo Orçamento Geral do Estado”.
O director regional da Capitania controla os meios fluviais dos municípios do Cuangar e Calai, na província do Cubango e as embarcações do município do Dirico também na mesma província. “Por isso é que a administradora Ruth Tenente, conseguiu influenciar que os barcos fossem vendidos aos empresários namibianos no valor de 10 milhões de kwanzas. Mas tais meios constam no património do Ministério dos Transportes que não deu ordem de qualquer venda, sendo que ainda estão em bom estado técnico”.
Como disseram, as três embarcações foram vendidas a um empresário namibiano com quem Ruth Tenente tem feito negócios. Além disso as empreitadas locais foram entregues à responsabilidade de estrangeiros e não aos nacionais. “A administradora não está a fomentar a classe empresarial local. Prefere enriquecer os forasteiros da Namíbia”, lamentam as fontes. Em consequência da venda ilegal das embarcações as populações econtram dificuldades para a travessia do rio ao longo da fronteira com a Namíbia. “Desde a semana passada em função da falta de embarcação, os habitantes do Dirico estão a usar barcos inapropriados sem as condições mínimas para atravessar o rio Cubango, o que já provocou a morte de duas pessoas, sendo um agente da Polícia Nacional que foram arrastados por hipopótamos, quando pretendia ir para aquele país vizinho. O mesmo incidente provocou vários feridos que receberam assistência médica no hospital local” referiram, lamentando de a administradora não se dignar em aparecer e nem a sua equipa.
Consideram em função do saque que esta a sofrer o município por parte da sua responsável, a população clama, que a actual delegada provincial do SINSE, identificada apenas por Teresa, que está na capital provincial, em Mavinga, possa intervir, visto que desde Janeiro que foi empossado, o governador Lúcio do Amaral, ainda não foram nomeados os comandantes municipais, assim como o delegado provincial do Ministério do Interior e os directores do Serviço de Investigação Criminal para se acabar com a pilhagem dos bens públicos e os abusos de poder.
Entretanto todas a diligências feitas por este jornal ao longo da semana para ouvir a versão da administradora Tenente saíram goradas até ao fecho desta edição, esta sexta-feira.