Pelo quinto ano consecutivo, Angola apareceu no Índice Global de Fome, ocupando a 19.ª posição no mundo. Entre os países africanos, onde a situação é mais grave, está em 28.° lugar.

No ano prestes a terminar, Angola continuou no ‘radar’ da fome e da insegurança alimentar. A situação, de acordo com organizações internacionais da ONU, tende a piorar nos próximos tempos.

Um relatório do Fundo das Nações Uni- das para a Alimentação e Agricultura (FAO) de 2024, intitulado Índice Global da Fome (IGF): como a justiça do género pode fazer avançar a resiliência climática e a fome zero, coloca Angola entre os 42 países onde a fome é um problema “alarmante ou sério”.

O documento é instrumento de estatísticas multidimensionais, usado para descrever o estado deste fenómeno que também está na base da desnutrição de mui- tos habitantes do mundo.

A classificação do IGF é baseada em quatro indicadores, nomeadamente a subnutrição, nanismo infantil, emagrecimento infantil e mortalidade infantil.

No País, de acordo com o IGF 2024, pelo menos 23,2% da população está subnutri- da, 32,1% de crianças menores de cinco anos sofrem de atraso de crescimento, 6,7% das crianças morrem antes dos cinco e 5,3 dos menores de cinco anos sofrem de desnutrição aguda.

Não é a primeira vez que Angola consta da lista de países onde a situação da fome é tida como preocupante. Recentemente, dois documentos elaborados por importantes agências internacionais, Fundo das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO) e o Programa Alimentar Mundial (PAM), apontavam para o agravamento da fome no País.

Aumento de pessoas subnutridas

O último relatório sobre ‘Estado da Segurança Alimentar e da Nutrição no Mundo’ (SOFI), de 2024, divulgado em Agosto passado, apontava para o aumento dos indicadores da fome e de insegurança alimentar no País. Nos últimos três anos (de 2021 a 2023), o número de pessoas subnutridas aumentou em mais de um milhão, saindo de 6,8 milhões em 2021 para 8,3 milhões em 2023.

Já a prevalência de insegurança alimentar grave na população disparou de 30,4% (10 milhões) para 31,1% (11 milhões de pessoas).

De acordo com o SOFI, no ano passado, 79,2% da população angolana – 28 milhões de pessoas estava em estado de insegurança alimentar moderada (quando possuem dificuldade para se alimentar).

Em Maio deste ano, o Relatório Mundial sobre a Crise Alimentar indicava que, em 2023, no País, mais 1,3 milhão de pessoas, ou seja, 4% da população, enfrentavam níveis elevados de insegurança alimentar aguda. O documento alerta que a situação piore neste ano, com mais de 1,5 milhão de pessoas a passarem a fome.

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