Acusada de 12 crimes, a empresária angolana espera “retornar e servir o país”. Isabel dos Santos não fecha a porta a uma possível candidatura à presidência “caso surja essa oportunidade”.
Isabel dos Santos, filha do ex-presidente angolano José Eduardo dos Santos, quer voltar ao país de origem e não descarta a possibilidade de concorrer à presidência caso surja essa oportunidade. A empresária deixou Angola em 2018.
“Um dia espero retornar e servir o meu país”, disse Isabel dos Santos, em entrevista transmitida no YouTube e citada pela Bloomberg. Aquela que chegou a ser a mulher mais rica de África revelou ainda que concorrer à presidência de Angola é “uma ideia que não é estranha”, destacando que “pode ser parte do (seu) futuro”.
A empresária angolana Isabel dos Santos é acusada de 12 crimes no processo que envolve a sua gestão na petrolífera estatal angolana, entre 2016 e 2017. A filha do ex-presidente angolano, que vive no Dubai, é acusada de peculato, burla qualificada, abuso de poder, abuso de confiança, falsificação de documento, associação criminosa, participação económica em negócio, tráfico de influências, fraude fiscal, fraude fiscal qualificada (um crime cada) e de dois crimes de branqueamento de capitais.
A viver no Dubai há sete anos, Isabel dos Santos nega estar a fugir à Justiça e disse que sempre esteve localizável e disponível para ser ouvida num processo em que é acusada de 12 crimes associados à sua gestão na petrolífera Sonangol.
Isabel dos Santos disse “que as acusações que enfrenta são motivadas politicamente” na entrevista. “Penso que serve a agenda política de João Lourenço”, concluiu a empresária.
O Estado angolano reclamou mais de cinco mil milhões de dólares a Isabel dos Santos. Tal como aconteceu em Angola, em Portugal, os bens da empresária foram arrestados. Isabel dos Santos acusou a justiça portuguesa de cumprir ordens das autoridades angolanas.
O mês passado, o Governo britânico anunciou sanções contra Isabel dos Santos, tendo decidiu proibir a empresária angolana de entrar no país e ainda avançado com o congelamento de ativos. Uma “decisão incorreta e injustificada”, na ótica da empresária.