O Presidente do MPLA, João Lourenço, garantiu nesta quarta-feira, 9 de outubro, em Luanda, aos membros do partido, que será marcada outra reunião do Comitê Central antes do congresso, para aprovação dos documentos de revisão dos estatutos partidários, a serem alterados no congresso extraordinário, previsto para os dias 6 e 7 de dezembro.

Lourenço fez este pronunciamento durante a reunião extraordinária do Comitê Central do MPLA, em resposta a inquietações dos membros. A reunião aprovou um dos pontos/temas da agenda do congresso, que estabelecia seis tópicos sobre a celebração dos 50 anos de independência.

Durante as discussões, um membro do Comitê Central, Valdir Cónego de Malanje, ao pedir a palavra, lembrou que na convocatória para a reunião havia dois pontos a serem aprovados: o primeiro sobre as “festividades dos 50 anos de independência” e o segundo sobre o “apreciação das propostas de reajustamento aos estatutos do MPLA”. O dirigente mencionou ao Presidente que, apesar de constar na convocatória, o segundo ponto, sobre a alteração dos estatutos, não havia sido distribuído previamente nenhum documento (draft) , o que impediu os membros de saberem quais artigos seriam modificados no congresso.

A preocupação do militante era entender se de fato estariam a aprovar um documento cujo conteúdo e artigos ninguém havia recebido.

Ao responder, João Lourenço mencionou uma “revisão parcial”, garantindo que haveria outra reunião para discutir o conteúdo da proposta, que seria finalmente alterada no congresso de dezembro. Por sua vez, o antigo secretário-geral do MPLA, Álvaro Boavida Neto, sugeriu ao Presidente que se utilizasse apenas a expressão “alteração” ao invés de “revisão parcial”.

Com essa reunião, os militantes ficaram esclarecidos de que, no congresso extraordinário de dezembro, o líder do partido alteraria o artigo dos estatutos do MPLA que define que o Presidente do partido é automaticamente o candidato às próximas eleições gerais em Angola. Com essa mudança, João Lourenço deverá manter-se na liderança do MPLA no congresso electivo de 2026.

Durante a reunião, João Lourenço fez um discurso interpretado como uma forma de intimidação para quem deseja disputar a presidência do MPLA, utilizando uma analogia desportiva para reforçar a importância de respeitar os tempos eleitorais: “A política é um jogo, e como em qualquer competição, só vencem as equipes cujos jogadores se submetem à organização e disciplina do coletivo e respeitam as regras.”

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