A Presidência da República aceitou, no passado mês de agosto, um pedido da direção da Fundação Eduardo dos Santos (FESA) para que uma delegação sua visitasse o sarcófago onde repousam os restos mortais do seu patrono, José Eduardo dos Santos.
Falecido a 8 de julho de 2022, os restos mortais do antigo Presidente de Angola foram colocados a repousar numa sala do sarcófago, junto ao Memorial Dr. António Agostinho Neto, em Luanda. Desde então, as visitas eram restritas ou não autorizadas, gerando lamentações de que os restos de JES estariam “aprisionados”. Entre os membros da família, a viúva Ana Paula dos Santos foi uma das poucas autorizadas a realizar visitas, tendo o feito em setembro de 2022, depositando uma coroa de flores 30 dias após o falecimento do antigo Chefe de Estado.
A mesma sorte não teve Maria Luísa Abrantes “Milucha”, que, ao quebrar o silêncio por ocasião dos seis meses sem JES, produziu uma nota pública denunciando que “nenhum familiar pode visitar a sua tumba sem autorização da Presidência da República”. Para Milucha, esse é um procedimento anormal, considerando-o “uma prática satânica”.
“Deixem que a alma do Presidente José Eduardo dos Santos descanse em paz e que a sua verdadeira família e amigos de todas as horas, ainda que contados a dedo, o chorem de uma só vez. Acabe-se, por favor, com tanta insanidade”, apelou Maria Luísa Abrantes, com quem JES teve dois filhos.
Ao contrário do que ocorreu em 2023, desta vez, em agosto deste ano, por ocasião do aniversário de JES, a direção da FESA remeteu uma carta à Presidência da República solicitando autorização para a realização de uma visita ao local, para que os seus membros pudessem depositar uma coroa de flores, em seguimento de um programa que incluiu uma missa realizada em Luanda.
Em resposta, um alto funcionário da presidência, Bartolomeu Nunes, encarregado do sarcófago, autorizou o pedido, informando que as visitas estariam abertas entre as 10h e as 18h, podendo ser permitida a entrada de 3 a 4 pessoas de cada vez. Fontes consultadas pelo Club-K, disseram que ao se confirmar a abertura para visitas, põe-se fim ao período em que se alegava que a tumba do antigo presidente estaria sob cativeiro das novas autoridades angolanas.

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