A falta de consenso entre Benedito Daniel e Sapalo António, para a realização do V Congresso Ordinário do Partido de Renovação Social (PRS), que deveria ocorrer em Outubro deste ano, continua a dominar a agenda daquela formação política.

O militante Sapalo António, que é um dos candidatos à liderança do PRS, rejeitou a ideia de que o congresso ordinário seja realizado em Outubro, por não estarem reunidas as condições estatutárias e constitucionais que levaram o Tribunal Constitucional a anular o conclave.

Esta posição da realização do congresso dentro de dois meses foi avançada pelo secretário-geral do PRS, Rui Malopa, que garantiu estarem criadas as condições para a realização do conclave do partido, na sequência da decisão do Tribunal Constitucional (TC) considerar inconstitucional a sanção aplicada a Sapalo António e o ter considerado apto para concorrer à liderança daquela formação política.

Em declarações ao Jornal de Angola, o porta-voz da direcção da campanha de Sapalo António, Cláudio Ricai, informou, ontem, em Luanda, que o V Congresso ainda não tem data definida e a informação manifestada pelo secretário-geral “não corresponde com a verdade”.

“O anúncio do suposto congresso em Outubro é uma precipitação e vai contra as normas, que estabelecem a realização de um congresso inclusivo e transparente, baseado nos estatutos e na Constituição”, disse.

Para o responsável da campanha de Sapalo António, a convocatória, organização e realização do congresso deve acontecer apenas se for aprovado, por exemplo, uma directiva, definido o número de delegados ao conclave e de membros do Comité Nacional e criada uma comissão preparatória nacional e provincial.

Contactado pelo Jornal de Angola, o presidente do PRS, Benedito Daniel, fez saber que o congresso foi remarcado para o mês de Outubro, pelo que o passo a seguir é reunir o Conselho Político e o Comité Nacional, que têm a responsabilidade de anunciar a data do encontro alargado.

“Ainda não temos uma data, mas provavelmente vai acontecer em Outubro. Serão dois candidatos. Eu e o outro é o Sapalo António, que por força do acórdão do Tribunal Constitucional foi admitida a sua candidatura. O nosso estatuto reza que quem está sancionado não pode concorrer. Porém, o Tribunal Constitucional disse que esta emenda se sobrepõe à Constituição da República”, explicou Benedito Daniel.

Questionado sobre a existência de alas no partido, o político garantiu que não existem facções, que a “única coisa que existe é o conflito pelo poder”.

“Existem duas pessoas que vão concorrer e que se opõem. O poder é isso. Portanto, o poder só pode ser conseguido cumprindo as regras, não há nenhum poder que se consiga fora das regras. Aquilo que se quer fora das regras torna-se potencialmente um conflito”, salientou.

Você não pode copiar o conteúdo desta página